quarta-feira, 11 de maio de 2011

Novo referendo pelo desarmamento

A Carta publicada no Globo (Maio/2011)-Por Gil Cordeiro Dias Ferreira

Que venha o novo referendo pelo desarmamento.
Votarei NÃO, como da primeira vez, e quantas forem necessárias.
Até que os Governos Federal, Estaduais e Municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmem-nos, prendam-nos, invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no País e entendam de uma vez por todas que NÃO lhes cabe desarmar cidadãos de bem.

Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:

· Voto facultativo? SIM!
· Apenas 2 Senadores por Estado? SIM!
· Reduzir pela metade os Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores? SIM!
· Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e NÃO por nepotismo? SIM!
· Reduzir os 37 Ministérios para 12? SIM!
· Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? SIM!
· Fidelidade partidária absoluta? SIM!
· Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? SIM!
· Ampliação do Ficha-limpa? SIM!
· Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? SIM!
· Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público? SIM!
· Fim dos suplentes de Senador sem votos? SIM!
· Redução dos 20.000 funcionários do Congresso para um terço? SIM!
· Voto em lista fechada? NÃO!
· Financiamento público das campanhas? NÃO!
· Horário Eleitoral obrigatório? NÃO!
· Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? SIM!

Um BASTA na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? SIM !!!!!!!!!!!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O povo brasileiro pode mudar o curso da história... basta se manifestar!

Estou revoltada e porque não dizer, indignada com esse novo “escândalo Requião”, sim, porque nos últimos anos a vida desse político tem sido marcada por fatos que escandalizam aos olhos e, sobretudo aos ouvidos de seus eleitores e não eleitores.
O que me pergunto é :
-Como que um político desse porte ainda consegue se eleger???
Mas... aí lembro que estamos falando de eleições no BRASIL, onde todo podre vai para debaixo dos tapetes, e valorizado e eleito é aquele que rouba, engana, mente, trai o povo.

Não quero aqui me apresentar como agressiva politicamente e nem sair destilando preconceitos contra o Brasil, até mesmo porque amo o meu país (exceto pela Constituição de Leis que considero uma vergonha na maioria dos pontos e reafirmo que deveria ser refeita e também pela existência de alguns políticos que me fazem sentir vergonha de ser brasileira) … mas vamos ser realista:
-uma coisa que o nosso país não tem, como todos já puderam observar em textos, debates, seminários , é um debate político sério ou uma entrevista constituída de respeito na liberdade de resposta.
Refiro –me liberdade entre ambos os lados... sim!!
Pois ao meu ver a imprensa geralmente expressa-se naquilo que o povo quer saber. Nenhum repórter se move mediante um motivo pessoal.

Muita gente pode criticar a atitude de muitos repórteres, atacando-os e ate mesmo criticando-os de insolentes, indiscretos, não sabem respeitar, inventam, mentem, e outros adjetivos baixos como já tenho visto porém a imprensa é isso: trabalho de marketing em cima da imagem... a imprensa tem o poder de elevar o marketing e de rebaixa-lo , e isso condiz com o conteúdo que a pessoa expõe ao público.
E em se tratando de políticos brasileiros vejo que a maioria é assim: sentem-se poderosos, afinal estão ali porque o povo assim quis...
“ A voz do povo é a voz de Deus”.
E querem ser perguntados, fotografados, especulados, mas somente por aquilo que é do interesse deles ser publicado e exposto ao povo.
Se perguntam sobre algo que não gostam de falar, ou não respondem, ou fingem não terem entendido a pergunta, alguns ainda cheios da boa educação e política da paz vai logo dizendo que “agora não há tempo, mas faz questão de retomar esse assunto numa outra oportunidade” e outros, já partem logo para atos de baixaria, agressividade e ataques orais de baixo calão.
A prepotência e arrogância por parte de alguns políticos - a maioria, diga-se de passagem - se manifesta quando se busca entre eles a verdade.
Aí sim... quando a imprensa busca a verdade é como pisar no calo deles ou melhor dizendo: é como se pisar em rabo de gato... logo ficam ariscos, gritam , esbravejam e colocam-se prontos para o ataque.
É comum ver políticos agredindo repórteres.
Depois da agressão geralmente vem com o velho papinho sem vergonha que “merecem o direito de resposta” .
Que direito de resposta é esse?????
O repórter que foi agredido é que ficou sem o direito a sua resposta e consequentemente , o povo também ficou sem esse direito de resposta, visto que o que os repórteres perguntam geralmente é aquilo que nós, povo brasileiro, queremos saber.

Bom, mas o que me leva a manifestar-me nesse texto, não é pra falar sobre a imprensa brasileira e sim sobre a postura vergonhosa do Senador Roberto Requião.
Vejo um homem em carreira decadente quando teria nas mãos tudo para encerrar sua carreira política com chave de ouro.
Requião vem acumulando em seu perfil político uma série de episódios marcados por descontrole comportamental, desrespeito não somente a classe de profissionais da área de jornalismo mas sobretudo desrespeito público ao povo que o elegeu.
Algumas matérias chegam a cogitar que Senador Requião é louco e doente, que necessita de tratamento psicoterápico, o que eu discordo totalmente.
Considero puro descontrole mesmo, falta de respeito, falta de educação, insolência, alguém que se acha inatingível, alguém que se vê superior e não aceita ser contrariado, alguém que pensa que seu poder é bem maior do que na verdade.
Venho acompanhando as manchas de baixarias e falta de respeito que vem se acumulando em seu “currículo político” e me pergunto:
-Será que ele se considera o povo brasileiro tão burro assim capaz de pensar que tudo isso não será lembrado em eleições futuras??

Vejamos, numa breve viagem ao que esse “ilustre boca suja” realizou:
Como governador Roberto Requião realizou um bom trabalho pelo Estado do Paraná.
Se comparados seu governo com governos anteriores, isso fica ainda mais evidente exceto por Álvaro Dias e Jaime Lerner, do PSDB e Dem respectivamente.
Vale lembrar alguns feitos marcantes: a luta contra os trangênicos, a batalha contra o abuso das concessionárias de pedágios, implantadas nos governos anteriores.
Seu governo construiu casas populares, trabalhou pela recuperação de estradas, reequipou a segurança pública e infraestrutura de saúde, e implantou programas sociais como o Leite das Crianças, Luz Fraterna e Tarifa Social da Água.
Tem se apresentado inclusive como um grande vencedor nas urnas: deputado estadual (1983-85), prefeito de Curitiba (1986-89), governador do Paraná (1991-95), senador da República (1995-2002), Governador do Paraná (2003-2011). Como Senador atual, Requião teve a maior votação proporcional da história do Paraná.
Hoje além de Senador, ocupa a presidência da Comissão de Educação do Senado.
É formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e cursou Urbanismo pela Fundação Getúlio Vargas.

-Como um homem tão culto assim, com 3 faculdades reconhecidas e respeitadas, um histórico de vida baseado em grandes feitos e realizações e um currículo que o põe como um grande vencedor nas urnas pode permitir que se acumulem tantos episódios de vergonha e desrespeito se sobreponha a isso?
-Como que um homem formado em Jornalismo não aceita, não compreende e não respeita o trabalho livre da imprensa a ponto de tomar o gravador de um repórter, agredi-lo e ameaça-lo verbalmente, só porque não tinha resposta para uma pergunta que o povo todo gostaria de saber?
-Como pode um advogado não ter noção do direito que o repórter tem em realizar seu trabalho?
-Como pode um advogado agredir e ameaçar verbalmente um profissional exercendo seu trabalho? Como pode um advogado se apresentar como vítima de bullyng quando na verdade foi ele quem praticou contra o profissional que ficou sem seu material de trabalho, foi ofendido publicamente e ameaçado alem de comparado a outros profissionais como sendo pessoas que atuam no sentido de prejudicar (comparando aos repórteres do CQC; isso é preconceito, pré julgamento e ato de bullyng).
-E o pior: Como pode alguém ser presidente na Comissão de Educação se nem ele próprio sabe agir com educação ??
Onde estão os princípios de educação, de moral e de civilidade nas atitudes de Roberto Requião? Se as teve um dia ficaram no passado e as atuais atitudes não nos deixa lembrar. Requião é inerente a atos educados... diz palavras de baixo calão a qualquer pessoa, a qualquer hora em qualquer lugar... acha-se no direito de falar o que lhe vem a cabeça, não se importando se o ato o denigre ou não como falta de educação e respeito.
A liberdade de imprensa existe... o direito de resposta existe... mas prevalece a quem???
Roberto Requião vem se demonstrando totalmente sem controle algum quando abre sua boca e fala aos “4 ventos” sem medir conseqüências, sem medir limites , usa palavras de baixo calão, ofende, xinga e agride as pessoas sem medir conseqüência alguma. Diz que suas brigas são justas. Justas onde??? Justas para quem?
Se suas brigas são justas , ele já perdeu a razão no exato momento que ao agir, usou de atitudes agressivas e palavras de baixo calão ou ameaçadoras ao seu adversário.
No Congresso, Requião já é considerado motivo de piada e vem sendo isolado pelos companheiros políticos, que argumentam: “nunca sabemos quando ele está de bom humor ou não”.
Chamado por alguns políticos de Maria Louca, suas atitudes vem fazendo jus ao apelido.
Algumas matérias dizem que Requião vem acumulando fatos bizarros de descontrole e desrespeito público e de tão absurdos, as vezes parecem cômicos.
Reinaldo Azevedo chega a citar numa de suas matérias que Requião devia procurar um jornalista do tamanho dele pra brigar: O Arnaldo Jabor, por exemplo, e que esse o senador não é homem de encarar!
Mas eu não acho nada cômico essas atitudes de Requião. Considero isso, no mínimo vergonhoso.
Lembro de um episódio em 2010, em tempo de campanha, um conflito físico dele com o deputado federal Rubens Bueno.
Lembro também da atitude dele com relação à campanha do câncer de mamas e o ato preconceituoso declarado contra os gays.
Como governador do Paraná, ocupou m horário na TV Educativa estatal para fazer política e atacar adversários e o Poder Judiciário.
Outro episódio também foi em 2005: Num discurso dele contra os trangênicos, ele destratou os agricultores que protestavam no local.
E ele já fez coisas bem piores, que embora não tenham tido tanta repercussão considero-as completamente como falta de respeito.
Na época quando soube, eu precisei pesquisar para ver eram reais pois eu não conseguia aceitar que tamanhas atitudes dessas poderiam realmente ter acontecido:
- Alguns anos atrás, no norte do Paraná, Requião quase quebrou o dedo de um jornalista que tentava entrevistá-lo.
-Na cerimônia de sua diplomação para o segundo mandato, mandou que, meia dúzia de gatos pingados que o apupavam fossem tomar naquele lugar; chamou-os de FDP, e não satisfeito com isso, ainda mandou que enfiassem no sagrado lugar, o mastro das bandeiras que empunhavam…
nossa!!!! Isso é vergonhoso demais!!
Ele não mede suas palavras. Mandar alguém “tomar.....” ou “elogiar” alguém de FDP são atos tão “normais para ele que ocorrem com freqüência; ele se põe a repeti-los não importando a quem possa doer.
Requião possui um repertório de manifestações, gestos e atitudes que o caracteriza como alguém que não tem o mínimo de respeito.
Em seu último ato vergonhoso, o de arrancar o gravador do repórter da rádio Bandeirantes, depois do mesmo ter lhe perguntado sobre a aposentadoria de R$ 24,5 mil que recebe como ex-governador, demonstra o desprezo da classe política brasileira não só pela opinião pública, mas também e principalmente pela transparência e pelo dever de prestar contas de seus atos e de sua vida pública à população.
Não acho nada de absurdo nessa pergunta do repórter e também não acho que essa pergunta represente alguma forma de ameaça do repórter, como diz Requião.
Nem considero uma pergunta impertinente.
Absurdo é o valor de R$24,5 mil que Requião recebe como ex governador!
Isso é no mínimo um atentado contra a dignidade dos milhões de aposentados e segurados da Previdência Social.
Em pesquisa recente, venho, a saber, que o valor máximo de benefícios que um segurado do INSS pode obter, após 35 anos de contribuição, é exatamente o valor de R$ 3.691,57. E esse valor não é “mérito” direito de todos, não! Poucos conseguem receber esse valor. As grandes maiorias dos segurados, mesmo contribuindo durnate muitos anos não atingem o valor máximo de benefícios.
Daí vem Requião recebendo uma aposentadoria de quase R$ 25 mil reais? É um absurdo!
Mediante a isso que declaro talvez Requião “se coloque na defesa” ou outras pessoas que o defendem digam que também outros políticos recebem essa pensão.
E que até mesmo existem políticos com ganhos mais elevados que esse valor.
Não interessa! Outros políticos que recebem esse valor de aposentadoria ou valor maior que esse vai ser absurdo também!!
O fato de existir outros políticos não tira Requião desse fato. São todos casos de desrespeito contra o público brasileiro.
Essa agressividade sempre presente em suas atitudes acompanhada de um linguajar “chulo” vem revelando em Requião, traços de uma personalidade desequilibrada e que no mínimo deveria preocupar sua família no intuito de buscar apoio médico ou então tentar conscientiza-lo quanto aos direitos e deveres do cidadão e principalmente os direitos e deveres dele como homem público .
Nesse seu último episódio vergonhoso, Requião ameaça o repórter:
- Você já pensou em apanhar?, disse Requião duas vezes.
- Eu estou só perguntando, contestou o jornalista.
- Não vai gravar mais p… nenhuma. Vou ficar com isso aqui.(e toma-lhe o gravador para depois lhe devolver com a memória apagada).
Não satisfeito com o escândalo, tem a cara de pau de se comparar a Jesus Cristo e diz ser vítima e estaria sofrendo de “bulliyng” por parte da imprensa jornalística.
Se houve “bulliyng”, na verdade, a vítima foi o jornalista.
Agora mais absurdo e constrangedor ainda é Requião tentar consertar a situação sugerindo uma nova lei.
Vejam! Uma lei que amordaça os repórteres impedindo-os de manifestarem-se através de perguntas. E Requião tem a coragem de dizer:
- "Acho que é o momento correto para acabar com o abuso, com o verdadeiro bullying que sofremos nas mãos de uma imprensa muitas vezes irresponsável”.
Acabar com o abuso? Irresponsável? Mas isso é ótimo!
Que isso seja um direito de todos nós então!!
Se vamos acabar com o abuso e atos irresponsáveis podemos começar pelos políticos brasileiros: salários, aposentadorias, isso pra não entrar em outros detalhes.
Isso tudo sim que é abuso! Isso tudo sim que são atos de irresponsabilidade e desrespeito para com o povo brasileiro.
Permitir que um ex governador ganhe um aposentadoria de quase R$25 mil reais... quer abuso maior que isso?
Requião agora fala em impedir que a imprensa faça a edição de textos e imagens.
Ao que tudo indica, o senador pretende transformar o relato de todos os veículos de comunicação em uma burocrática exposição do ponto de vista dos poderosos, sem cortes ou contrapontos, de preferências sem... perguntas.
Está com medo do que , sr. Senador?
Não é senhor, o super herói que enfrenta a todos sem medo e sem censura?
Eu quero lembrar ao ilustre Senador que só o fato dele compor o Parlamento já o coloca exposto a perguntas.
O Parlamento é um local onde se fala, se discute, expõem-se divergências de idéias, e não podem faltar perguntas.
Portanto é ridículo o Senador sugerir leis que possam impedir a liberdade da imprensa de executar seu trabalho.
Mais ridículo ainda é subjugar a inteligência do público que o elegeu.
Os jornalistas sempre vão agir em cima daquilo que o povo brasileiro quer saber.
Não adianta querer impedir que as pessoas - cidadãos, eleitores e principalmente jornalistas - falem, critiquem e façam perguntas.
E dentro do que a nossa lei já exige, todo homem público têm sim que responder a perguntas, indagações e questionamentos, o que é inerente à função pública de um parlamentar.
Ressalto o que li há poucos dias numa reportagem de Medeiros de Abreu:
- “Não existem perguntas incovenientes. O que existem são respostas inadequadas".
Onde estaria o erro da pergunta do repórter, senador? A pergunta não justifica tal atitude agressiva por parte de um homem que ultimamente tem acumulado episódios de agressividade e nítida aversão ao trabalho jornalístico.
Eu perguntaria muito mais. Iria mais além . Afinal são quase R$ 25 mil mensais que Requião recebe por ser ex-governador, sem que exista recolhimentos equivalentes a esta monumental pensão.
Consta que o Tribunal de Justiça do Paraná revogou a decisão que garantia ao senador o recebimento da pensão. No final de março, o atual governador Beto Richa cancelou as aposentadorias de quatro ex-governadores, além de Requião. Segundo a Folha de S. Paulo, todos os quatro, porém, continuam recebendo o benefício porque recorreram da decisão do governo.
Eu apoio totalmente o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) que encaminhou à Mesa Diretora do Senado representação contra o senador por ter tomado o gravador de um jornalista.
Apoio e ainda sugiro que se faça algo para que esse fato não venha a ser escondido debaixo do tapete como tantos outros episódios de desrespeito praticados por esse homem.
Requião tem a cara de pau de falar sobre a necessidade de cortes nos gastos públicos. Não inclue a sua aposentadoria nesses gastos públicos porque?
Ora, deveria no mínimo dar exemplo como cidadão daquilo que vem sugerindo.
Cortar o que? O povo brasileiro já tem “cortes” e mais “cortes” em tudo quanto é direito. Só não “cortam” os deveres do povo brasileiro.
O povo brasileiro precisa aprender a se manifestar e exigir mais dos políticos. Afinal somos nós que elegemos e colocamos esses “ilustres” caras de pau ali no poder.
Eu sugiro que o povo brasileiro não veja esse episódio apenas como um ato de desrespeito contra a imprensa jornalística ou mais uma “babaquice” causada pelas loucuras de Requião, mas sim, que o povo brasileiro tome esse episódio como contrapartida e exigir o fim de pensões opulentas como essa do Senador Requião.
Se o povo se unir temos como impedir absurdos como esse.
E não se iludam quando ele diz que quer direito de resposta.
Quem ficou sem resposta foi o repórter que estava somente exercendo seu trabalho. Requião quer é o direito de calar as perguntas que podem levantar verdades em sua vida!

(Texto sem cortes. Autoria de Selene Lipe. Publicado hoje 02/05/2011 em vários meios de comunicação)

domingo, 1 de maio de 2011

SENADOR E O "BÚLINGUE"

domingo, 1 de maio de 2011
SENADOR E O BÚLINGUE

Demorou, mas finalmente apareceu um senador com óleo de peroba o suficiente para dizer diante das câmeras de TV que os nobres parlamentares não suportam mais os sofrimentos que lhes são impingidos pela imprensa brasileira.
Textualmente, e com pronúncia adaptada ao accent da boa Língua Portuguesa, não se sabe se por inabilidade verbal ou para agradar os puristas da Língua que vivem esperneando com o uso de termos em inglês na linguagem cotidiana e lhes surrupiar uns votinhos, o senador Roberto Requião, do Paraná, queixou-se na TV de que não aguenta mais o ‘búlingue’ (sic) que ele e seus colegas de vida política sofrem por parte da imprensa.

No início da semana, o senador, ao ser questionado por um repórter sobre as razões pelas quais, em nome da necessidade de redução dos gastos públicos no país, não abre mão da pensão vitalícia de R$ 24 mil que recebe por ter sido governador do Paraná, teve um ataque de fúria: perguntou ao jornalista se este estava pensando em apanhar, arrancou o gravador de suas mãos e levou para seu gabinete.
Só o devolveu após apagar a gravação do chip.

Numa estratégia meio enviesada de se fazer um novo jornalismo à moda do Senado, Requião postou todo o conteúdo da entrevista em seu site, fato que usou como argumento a seu favor. Disse que só tomou o gravador e apagou o conteúdo antes de devolver porque não confia nas versões da imprensa sobre suas falas e não queria que suas declarações fossem editadas e adulteradas.
Contumaz em indelicadezas, Requião argumentou no dia seguinte que agiu assim porque perdeu a paciência com o bullying que sofre de uma imprensa que faz perguntas encomendadas:
“Temos que acabar com o abuso, o búllingue (sic) que sofremos, não só eu, mas meus colegas e a sociedade brasileira, nas mãos de uma imprensa provocadora e irresponsável”.
Isso não foi dito por um ator em um programa de humor, mas por um senador da República, com veiculação na edição de terça-feira do Jornal Nacional.

PALHAÇO :
Diante das proporções que a repercussão do caso ganhou, com o jornalista dando queixa na Polícia Federal, o presidente do Senado, José Sarney, exerceu com talento o seu papel de Pilatos ao dizer que não vira nada demais no comportamento do colega.
“Isso não deveria ter acontecido, mas é um caso isolado. Temperamento, cada um tem o seu”.
Ah tá. Como dizem os cariocas: senta, Cláudia.
Ainda sobre o ato de arrancar o gravador do repórter, Requião filosofou, lacônico:
“Há momentos em que a indignação é uma virtude”.
Para quem não sabe, Requião preside a Comissão de Educação do Senado.
E o povo cheio de atitude das redes sociais acha escandaloso mesmo é o fato de o palhaço Tiririca integrar, como reles membro ordinário, sem poderes, a comissão equivalente na Câmara dos Deputados.

A cereja desse bolo é a desfaçatez com que um senador, que vive de salário público, tem contas a prestar ao cidadão brasileiro que o remunera (e bem, e duplamente, como parlamentar e como ex-governador) dá-se ao cinismo de declarar de forma arrogante que não confia na imprensa para transformar suas declarações em informação e que, por isso, decidiu arrancar a força um gravador de um repórter e veicular, ele mesmo, a entrevista bruta.
O caso deixa escancaradas, por baixo, duas janelas interpretativas.
A primeira é que boa parte do Congresso Nacional, embora seja eleita pelo voto popular e viva falando das maravilhas da democracia, na verdade não passa de um conjunto de viúvas da ditadura, que dariam a mãe para proibir a imprensa de dizer um A que não fosse favorável a seus egos deformados e autoritários.

SUL DO CORPO:
A segunda janela, o outro aspecto que veio à tona no episódio Requião, é a velocidade avassaladora com que o conceito de bullying vem sendo banalizado e vulgarizado. Todos os comportamentos torpes, violentos e autoritários, das tragédias a pequenos crimes e agora as reações desequilibradas de políticos passam a ser atribuídos a meras reações ao bullying.
O fato de tudo ser considerado consequência de buylling representa o risco de, dentro de pouco tempo, desgastar tanto o fenômeno a ponto de ele não mais ser levado a sério nos casos em que, de fato, promove violência e interfere na vida e na saúde psíquica de quem dele é vítima real.
Se um senador autoritário e já dado antes a espasmos de agressividade verbal e física acha-se no direito de se considerar vítima da imprensa, o que dizer da sociedade brasileira dos seus representantes políticos, que lhes impingem toda a sorte de desrespeito e continuam a usufruir de todas as benesses que o poder mal exercido pode proporcionar?

Nas bandas de cá, nos domínios internos da terra da felicidade, a Bahia de Todos Nós, o fato midiático de maior relevância durante a semana foi a negociação entre o governador do estado, Jaques Wagner, e uma empresa de lâminas de barbear, interessada em arrancar-lhe a barba em uma estratégia de marketing que já depilou o líder do Chiclete com Banana, Bell Marques, no Carnaval deste ano.
A ideia brilhante foi do reunidor de ricos em complexos hoteleiros de luxo para cuidar da pobreza órfã, João Dória Júnior, o mauricinho oficial do bom mocismo entre as celebridades brasileiras.

A cotação da barba do governador baiano, diz-se que cultivada há 30 anos, foi muito mais baixa que a do cantante do axé, cujo cachê foi especulado em torno de um milhão e meio, ao passo que Wagner receberá 500 mil para serem investidos, anuncia-se, pelo Instituto Ayrton Sena em projetos sociais na Bahia.
As criancinhas pobres devem ser instadas a agradecer, mas os adultos de bom senso sabem que não era preciso se chegar a tanto para arrecadar essa quantia não fosse o efeito midiático que factóides desse tipo têm hoje.
Se a moda pega, as moças do poder e da fama, da Bahia e alhures, logo logo terão suas tabelas de preço anunciadas para extirpar os pelos ao sul do corpo.

(Fonte desse artigo: Blog do Ricky - Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA.
Texto publicado originalmente em 01 de maio de 2011, no jornal A Tarde, Salvador/BA.)

Senador R.Requião diz que sofre bullyng por parte da imprensa

Senador cita Cristo e fala em bullying

Um dia depois de ameaçar fisicamente e tomar o gravador das mãos de um repórter no plenário do Senado, Roberto Requião (PMDB) usou a tribuna da Casa para reclamar do bullying que, segundo ele, é praticado pela imprensa contra os políticos. O senador admitiu que "perdeu a paciência", comparou sua indignação à de Jesus Cristo "contra os vendilhões do templo", mas não esboçou qualquer tipo de retratação.

Também não comentou o trecho da gravação divulgada anteontem em que pergunta ao jornalista Victor Boyadjian, da Rádio Bandeirantes, se ele "já pensou em apanhar?"

Na saída do plenário, seguido por cerca de 20 repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, ele apenas disse que "não houve ameaça alguma".
"Se você ouviu a gravação, não me pergunte nada.
Não vou dar a oportunidade de vocês editarem a minha opinião."
Segundo Bo­­­yadjian, entretanto, ele deixou a entrevista de anteontem falando pelos corredores que "estava louco para bater num moleque".

A ameaça fez o repórter registrar um boletim de ocorrência na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. O caso seguiu para a corregedoria da PF, que decidirá se ela é o órgão competente para realizar a investigação. Se for, o caso será distribuído a uma delegacia, haverá abertura de inquérito e todas as partes serão ouvidas.

"Eu não quero fazer nada contra ele, só quero me proteger. Nunca fui ameaçado antes", afirmou Boyadjian.

No discurso de ontem, Requião usou argumentos parecidos aos que já vinha escrevendo em sua conta no microblog Twitter.
Ele confirmou que foi procurado pelo jornalista para comentar sobre a influência dos gastos públicos na alta da inflação, mas que sentiu "doses de provocação" quando Boyadjian ligou a questão à pensão de R$ 24,1 mil que recebe como ex-governador do Paraná.

"Ao estilo CQC ou Pânico [programas humorísticos de televisão], o repórter queria como que me extorquir respostas, não para esclarecer o tema, mas para acuar o entrevistado, ao modelo desses programas que citei.
Foi quando perdi a paciência e peguei o gravador do repórter.
Por que o fiz?
Para que ele não editasse a entrevista, não a picotasse, não a desfigurasse", afirmou.

Como resposta a supostos desvios da imprensa, Requião defendeu a criação de uma lei que agilize a concessão de direito de resposta.
"Acho que é um momento correto para resolvermos esse problema e acabarmos com o abuso, com esse verdadeiro bullying que sofremos, nós, os brasileiros, parlamentares ou não, nas mãos de uma imprensa, muitas vezes, absolutamente provocadora e irresponsável."
No episódio, porém, não caberia direito de resposta porque nada chegou a ser veiculado pela Rádio Ban­­­deirantes contra Requião.

(Fonte: Jornal Portal do Paraná - em 27/04/2011)

Odeio Prepotência

O texto abaixo foi publicado nesta quinta-feira (28/04/2011)
no Facebook de Paloma Jorge Amado e reproduzido no blog de Cláudia Wasilewski

Odeio Prepotência
(Paloma Jorge Amado*- filha de Jorge Amado)

Era 1998, estavamos em Paris, papai já bem doente participara da Feira do Livro de Paris e recebera o doutoramento na Sorbonne, o que o deixou muito feliz. De repente, uma imensa crise de saude se abateu sobre ele, foram muitas noites sem dormir, só mamãe e eu com ele. Uma pequena melhora e fomos tomar o aviao da Varig (que saudades) para Salvador.

Mamãe juntou tudo que mais gostavam no apartamento onde não mais voltaria e colocou em malas. Empurrando a cadeira de rodas de papai, ela o levou para uma sala reservada. E eu, com dois carrinhos, somando mais de 10 malas, entrava na fila da primeira classe. Em seguida chegou um casal que eu logo reconheci, era um politico do Sul (nao lembro se na época era senador ou governador, já foi tantas vezes os dois, que fica dificil lembrar). A mulher parecia uma arvore de Natal, cheia de saltos, cordões de ouros e berloques (Calá, com sua graça, diria: o jegue da festa do Bonfim). É claro que eu estava de jeans e tênis, absolutamente exausta. De repente, a senhora bate no meu ombro e diz: Moça, esta fila é da primeira classe, a de turistas é aquela ao fundo. Me armei de paciência e respondi: Sim, senhora, eu sei. Queria ter dito que eu pagara minha passagem enquanto a dela o povo pagara, mas nao disse. Ficou por isso. De repente, o senhor disse à mulher, bem alto para que eu escutasse: até parece que vai de mudança, como os retirantes nordestinos. Eu só sorri. Terminei o check in e fui encontrar meus pais.

Pouco depois bateram à porta, era o casal querendo cumprimentar o escritor. Não mandei a putaquepariu, apesar de desejar fazê-lo, educadamente disse não. Hoje, quando vi na tv o Senador dizendo que foi agredido por um repórter, por isso tomou seu gravador, apagou seu chip, eteceteraetal, fiquei muito retada, me deu uma crise de mariasampaismo e resolvi contar este triste episódio pelo qual passei. Só eu e o gerente da Varig fomos testemunhas deste episódio, meus pais nunca souberam de nada…

* Paloma Jorge Amado é psicóloga.
Define a sua preferência política desta forma. “Sou livre pensadora. Odeio tudo que é contra o povo, reacionário, retrógrado, preconceituoso. Se tivesse que escolher uma ala, escolheria a das Baianas.”

(Fonte: Veja.abril.com)

O bullying na política

GAUDÊNCIO TORQUATO - O bullying na política
O Estado de S.Paulo - 01/05/11

O estilo é a marca principal do político, a estética de sua ação.
O senador Roberto Requião que o diga. Faz do estilo montaria de batalha.
São muitos os episódios em que o ex-governador do Paraná aparece dando vazão a um repertório de manifestações, gestos e atitudes que dão realce a um ator cujo desempenho poderia surpreender o renomado mestre da arte teatral Constantin Stanislavski.
Pois Requião "vive" intensamente o papel, não fica na mera interpretação.
Daí parecer autêntico, sem meias palavras, despachado, um cabra da peste.
Como um dândi no meio da plantação, chama a atenção pelo prazer de espantar as mais distintas plateias.
O senador cultiva o hábito de guerrear com palavras e acaba borrando a imagem com tintas da polêmica.
O recente episódio em que tomou o gravador de um repórter que lhe perguntara sobre a aposentadoria vitalícia ocorreu para se defender de uma imprensa "absolutamente provocadora e irresponsável", a quem acusa de praticar bullying.
O conceito, como se recorda, ganhou ênfase no meio da discussão provocada pelo assassinato de 12 crianças numa escola de Realengo, no Rio de Janeiro. Trouxe à tona a história do assassino Wellington Menezes, que, em carta, lembrou os atos de violência psicológica a que foi submetido quando estudante naquele estabelecimento.

O tema está na ordem do dia dos educadores, pela gravidade que tem assumido nos espaços escolares.
Puxá-lo, agora, para a arena política e, mais ainda, pela expressão de um senador da República é um ato que carece fundamentação.
A intenção de Requião ao acusar a imprensa de praticar bullying seria mero artifício para justificar a "perda de paciência", caracterizada pelo gesto de arrancar o gravador das mãos do repórter (e depois devolvê-lo sem a gravação), ou ele está mesmo convencido de que jornalistas e programas, como os citados CQC e Pânico, invadem a esfera pessoal de entrevistados com "doses de provocação", praticando, por conseguinte, violência psicológica?
A expressão senatorial não se sustenta. Confunde escopos.
Programas humorísticos não são eixos centrais da imprensa.
Suas funções essenciais são as de informar, interpretar e opinar.
Entreter é uma função secundária.
Quando um jornalista perquire um mandatário sobre patrimônio, proventos, benesses, prêmios, viagens, ações, gestos e atitudes, ele o faz porque tal acervo é de interesse daqueles que ele representa.
O homem público precisa prestar contas de todos os atos que, de forma direta ou indireta, têm relação com os bens e valores da República.

Pelo que se sabe, a entrevista com o senador versaria sobre sua aposentadoria vitalícia, garantida por uma liminar que, posteriormente, foi revogada pelo Tribunal de Justiça do Paraná.
O tema, portanto, era pertinente, eis que a aposentadoria vitalícia, prevista pela própria Constituição federal, deverá ser objeto de apreciação pelo Supremo Tribunal Federal.
Sob esse prisma, não se justifica o rompante agressivo do ex-governador.
Não se tratava, pois, de abordagem humorística, e sim de pauta jornalística.
Um alto representante congressual não pode deixar de discorrer sobre assunto de significação social e muito menos "perder a paciência" com repórteres provocativos. Provocar, aliás, é um verbo conjugado pela missão investigativa da mídia.
Vejamos, agora, a questão sob o ângulo do entretenimento, pois tanto o senador Requião quanto outros políticos e celebridades carimbam certos programas de humor como "excrescência, apelativos e constrangedores".
O entretenimento, como se sabe, faz parte do menu da comunicação de massa. Levado ao território dos olimpianos - artistas, cantores, políticos, famosos em geral -, incorpora condimentos azeitados com aspectos da vida pessoal.
Não raro os entrevistados passam por uma bateria de perguntas embaraçadoras, sarcásticas e, convenhamos, insultuosas em certos casos.

Neste ponto, convém lembrar que o universo das celebridades - incluindo os políticos - cultiva certo gosto pelo dandismo, e este estilo afetado cai bem no perfil de atores do teatro midiático.
Não são poucos os que apostam no preceito de que serão mais festejados e glorificados ao "se fazerem notar a qualquer preço".
Tal noção lhes impõe uma estética exuberante (indumentária chocante) e uma semântica estrondeante (estrupícios linguísticos).
Celebra-se, assim, um casamento de conveniências, o que dá "liberdade" a determinados programas de TV às tais "provocações" - com derrapadas pelo terreno da infâmia - e consequentes conflitos entre as partes.
Não raro ocorre interpenetração dos espaços dos verbos "zoar, gozar, tirar sarro, brincar, ironizar" e dos corredores dos verbos "discriminar, humilhar, ofender, agredir, perseguir, ameaçar".

O bullying político, a que se refere o senador, estaria no segundo território.
Para se caracterizar como tal, porém, a violência psicológica sobre o político deveria conter o elemento repetição, ou seja, a vítima deveria ser submetida a frequente assédio pelos algozes.
Nossas vítimas políticas seriam sempre as mesmas?
E mais, no bullying os indivíduos intimidados ou agredidos pelo valentão (bully) não são capazes de se defender.
Valentia por valentia, como se pode ver, Requião é mais campeão.
Se alguém não desejar responder às "provocações" de um repórter, o silêncio é também uma forma de expressão.

Quem se sente atingido na honra pode apelar aos tribunais.
São inúmeros os casos de pessoas que recorrem à Justiça para se defenderem de calúnia, injúria e difamação.
Já o bullying nas escolas de nosso país deve ser matéria prioritária de educadores, governantes e políticos.
A humilhação infligida a milhares de crianças ensombrece nosso amanhã pela ameaça de termos parcela de uma geração atrofiada pela violência física e psicológica.

Por último, seria conveniente que os tocadores da banda midiática que assedia celebridades e políticos usassem a régua do bom senso.

(Fonte: Arquivo de artigos etc - Posted by ARTIGOS)